quarta-feira, 17 de outubro de 2018


Inclusão Escolar da Pessoa com Deficiência: Caminhos e Descaminhos

O caminho da exclusão à inclusão escolar das crianças, jovens e adultos com deficiência está relacionado com as características econômicas, sociais e culturais de cada época, as quais são determinantes para o modo como é percebida e compreendida a diferença. Exclusão, segregação, integração e, nos tempos atuais, inclusão, marcam um percurso, ao qual estão submetidas concepções e práticas, relativamente às quais, no caso da inclusão, entendida como educação inclusiva, a formação de professores é um dos fatores fundamentais à sua implementação.

Em 1997 no livro “Inclusão: Construindo uma sociedade para todos” Romeu Kazumi Sassaki afirma que as pessoas acreditarão no paradigma da inclusão social como o caminho ideal para se construir uma sociedade para todos, e que todos por ela lutassem para que, juntos na diversidade humana, pudessem cumprir seus deveres de cidadania e gozar dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e de desenvolvimento.

O autor afirma que a sociedade atravessou diversas fases no que se refere às práticas sociais, as quais podemos nomear de Exclusão, segregação, integração e inclusão. Primeiramente, as sociedades excluíam as pessoas com deficiência, depois passaram a atendê-las em instituições segregadas, como escolas especiais, centros de reabilitação etc. Em seguida veio a prática da integração social, a inserção pura e simples das pessoas com deficiências, mas apenas as que conseguiam, por méritos próprios, utilizar espaços físicos e sociais sem em nada modificar na sociedade.

Na inclusão social proposta por Sassaki (1997), é a sociedade que deve ser modificada para incluir todas as pessoas. A inclusão social é considerada como um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, ocorridas em pequeno, médio e longo prazo, no ambiente, nos espaços, em equipamentos, aparelhos, utensílios, transporte e na mentalidade das pessoas. Assim, estaremos equiparando oportunidades para todos. E então poderemos dizer: Educação inclusiva, transporte inclusivo, lazer inclusivo etc.

Compreendemos que a Educação é em sua essência inclusiva, ou seja, deve ser pensada para todos e para todas. Há que desenvolver processos que envolvam seus profissionais, familiares e estudantes para o engajamento em ações de acolhimento a toda diversidade humana. Para assim, também, ter atenção voltada para as especificidades das pessoas com deficiência para que sua inclusão no ambiente escolar ocorra de fato, com a a garantia de transformação social, garantia de acesso, permanência e sucesso desses sujeitos.




Fernanda Ferreira Mota de Sena
Mestre em Gestão e Avaliação de Educação Básica

Referência:

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Vol. 174. WVA, 1997.

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